Comunidade Vila Rica

 

A riqueza dos pobres e excluídos

 

De carroça, a cavalo ou a pé, com sacolas nas costas, vinham os imigrantes, principalmente, do Rio Grande do Sul a procura de terras  mais baratas. Assim muitas famílias escolheram Chapecó como sua futura cidade.
João Machado era um homem muito rico, dono de grandes propriedades de terras da região. Mas nunca pagou os impostos e não tinha escrituras. Por isso a prefeitura da época tomou suas terras e começou a oferecer para estes imigrantes a um preço muito pequeno, outras pessoas sabiam dessas terras e montaram Suas pequenas casas.
A primeira comunidade em formação na redondeza foi Nossa Senhora do Caravágio. Os primeiros moradores eram da família de Antônio Sachett. Que logo fizeram amizade com os novos moradores.
O primeiro sacerdote a celebrar missas foi Frei Bruno que vinha de Xaxim, de cavalo ou a pé. Foi ele quem batizou vários moradores da época. A principal celebração era quando de longe vinha a Bandeira do Divino, todos os moradores iam ao seu encontro e passavam em todas as casas, com os foliões ( pessoas que traziam a bandeira). As famílias matavam um porco, cada um levava um pouco e tudo era partilhado. A festa era no 'terreiro" das casas, há também se erguia a bandeira, com a pintura de um santo.
Na Quaresma não se dançava, eles colocavam uma cruz de cedro, em cada casa e as famílias se reuniam para rezar o terço. O dono da casa saia e a meia noite todos se encontravam no cemitério para entregar as almas e rezar por elas
Caminhão e carro não passava no pequeno bairro "quando escutava o ronco o pessoal corrida para ver aquele bicho". Não havia esgoto até um tempo atrás, tudo passava por uma valeta e corria para o rio. Só algum tempo atrás que a prefeitura fez encanamento para água, esgoto e legalizou os terrenos.
O nome da comunidade sempre foi Vila Rica, mas existem duas versões. A primeira é por causa de um homem bondoso que morava no local chamado Rico Bonafé e a segunda era porque muitas fontes de água nascem aqui. Nossa entrevista também falou das preocupações que ela sente atualmente na sociedade, principalmente com a formação familiar, 'Eu fico preocupada com as crianças de hoje, parece que os pais não cuidam como antigamente, acham que são criação".
No ano de 1978 as Irmãs de Imaculada Conceição que trabalhavam na comunidade, depois de tantos anos celebrar, fazer reuniões e encontros de catequese debaixo de arvores resolveram doar algumas madeiras para a construção da primeira capela, que se celebra até hoje. O terreno foi doado pelo senhor João Pedroso e com ajuda dos moradores do bairro a capela foi construída.
Além das celebrações, da catequese e encontros com os moradores da comunidade a pequena capela também servia como colégio, abrigando o primário- jardim. Nesta época o padre que celebrava era Padre Inácio e a participação dos moradores era muita, até a chegada de diversas Igrejas no bairro. Segundo depoimento de Maria que é ministra na comunidade há muitos anos os moradores vêm e vão de religião.
Atualmente a luta é para construir a nova capela, como o senhor João faleceu, seus familiares exigiam o terreno de volta. Por isso a região comprou dois terrenos para a construção da Igreja, que terá todo o material doado pelas comunidades da Região Pastoral Nordeste, que por meio de um mutirão doaram em forma de material e dinheiro.
A padroeira é Nossa Senhora Aparecida, porque os moradores se identificam com o rosto humilde e pobre que a Imagem transparente "as pessoas tem fé em nossa Senhora porque ela vaio de um lugar pobre, do meio do povo sofrido e abandonado"

Relatório escrito segundo informações ouvidas da ministra da comunidade e uma da 3 primeiras lideranças Maria Pedroso e da moradora mais antiga do bairro, chamada Conceição Pedroso de 83 anos, que nasceu e se criou na mesma casa. conhecida por muitos como Fiinha, que também benze as pessoas em uma sala escura cheia de santos na sua casa. 'Quando preciso fazer uma cura peço para Frei Bruno que ele é muito poderoso ':

 


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