Comunidade São Sebastião

 

Comunidade: Toldo Chimbangue I e II

As lutas pela demarcação de terras indígenas mo Oeste de Santa Catarina nos trás fatos de importante relevância ao que diz respeito ao sofrimento, as angustias, dificuldades e conquistas para os Kanhgágs: que nos anos 70 e 80, habitavam as margens do Rio Irani, próximo às comunidades de Sede Trentim e Linha Irani, terras identificadas como indígenas, mas que ainda necessitava de muita luta e pressão por parte dos indígenas aos governantes para que assim se demarcasse as terras. Isso porque, devido a Lei de Terras existentes nessa época, muitos agricultores compraram com escrituras, terras indígenas que os indios não puderam ficar com as mesmas. Dessa forma, muitos dos índios foram morar as margens do Rio Iram, e o restante passou a trabalhar como empregados dos agricultores.

Os indigenas que tiveram que deixar suas terras passaram por momentos difíceis de fome, frio, sem acesso à educação e saúde, sem moradia, pois era uma época de muito preconceito.

Dessa forma, alguns órgãos ligados e defensores da causa indígena, iniciaram suas discussões como os indígenas pela demarcação de suas terras.

Assim, inicia a luta, a batalha, pela demarcação das terras indígenas 1. Alguns nomes se destacam nessa história de conquista, por irem em busca de acordos, negociações com os representantes, como: Ana da Luz Fortes do Nascimento Fennô, Clemente Fortes do Nascimento Xeyuya, Antônio Lau Rodrigues, Sebastião da Veiga e Antônio da Veiga e outros.

"Este foi um tempo muito difícil, de sofrimentos", depoimentos de pessoas que sentiram na pele esse momento. Mas com muita resistência, determinação e luta por volta de 1985 e 86, foi assinada a portaria de demarcação da Terra Indígena Chimbangue 1, cujo nome até essa época citada, Linha Irani.

Sentimento de dever cumprido, por parte dos mais idosos e sentimento de inicio de uma nova luta por parte dos mais novos.

Foi um momento especial, em que os indígenas tiveram de muita felicidade, por estarem recebendo de volta a sua Terra mãe.

Assim, inicia novamente, mais uma história de luta da comunidade Chimbangue a conquista pela demarcação da Terra Indígena Chimbangue II, como comunidade Sede Trentim. Luta difícil, com pressões, conflitos de acordos diferentes. Isso no final dos anos 90 inicio de 2000. Muitos nomes se destacaram dessa época, mas não podemos deixar de citar um, que foi peça fundamental na luta e conquista pela demarcação da Terra Indígena Chimbangue II: a Cacique Idalino Fernandes, que muito lutou pelo bem estar de seu povo.

Foi um tempo muito difícil, que envolveu polícia, prisões, sofrimentos, choros ... foram presos sete índios, inclusive o cacique deixando um grande vazio, desamparo e tristeza na comunidade. Foram muitos meses de choras e tristezas. Tempos de enfrentamento à polícia federal, tempos vivendo em barracas de lona, tempos de calúnia, e de acusações indígenas, tempo de incertezas, tempo de viagens para acordos. Mas também, tempo de união, de apoio, de luta, de determinação, de persistência, de sonhos entre os índios.

Sendo que, no ano de 2003 foi assinada pelo ministro da época, a portaria de demarcação da Terra Indígena Chimbangue II.


 

Enfim, sonhos realizados, objetivos alcançados e os indígenas do Toldo Chimbangue ocuparam novamente suas terras tradicionais que lhes foram obtidas. Lutas e nomes que ficarão para sempre na história do Povo Kanhgág do Chimbangue.


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